Sobre as Mulheres

Aos olhos dos que as viam como escravas

Não restou nada, além de uma certeza

De que a luta, nem sempre é cravejada

Em ódio, sangue, maldade ou aspereza

Conquista, por si só, de quem merece

Reconhecida, inviolável liberdade

E no peso da batalha, alicerce

Que fortalece ao cimentar dignidade

E de tudo que é belo tomam parte

Espelhos da própria natureza

Musas, sinfonia, a própria arte

Revelada em seus traços de beleza

Mulheres, sofridas mulheres

Castigadas até por suas religiões

Queimadas, negociadas, castradas

Usadas, domesticadas e acusadas

Apunhaladas em seus nobres corações

Barreiras que tiveram de enfrentar

Sem deixarem de saudar a alegria

Colo amigo, para tudo acalmar

A grande prova da existência divina

E em tantos vendavais, a esperança

Que se transforma em vida, ao parir

E ganha o mundo, em sonho de criança

Da maior dor, um motivo para sorrir

Mulheres, simplesmente mulheres

A união entre a força e o amor

Coragem apoiada na destreza

Mulheres, cada qual com seu valor

São como as flores que brotam na cidade

De haste singela que enverga

Que dobra, desdobra mas não quebra

Tamanha a sua flexibilidade

Tamanha é a força de vontade

Philipp Ricardo
Enviado por Philipp Ricardo em 08/03/2008
Reeditado em 02/10/2008
Código do texto: T892875
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