EPOPEIA DUMA RUA (Canto Primeiro)

(Há muito que ando para fazer isto... Devo-o a quem me deu tanto carinho... Conta a épica aventura dum simples canto de saudade a uma simples ruazinha, duma simples aldeia onde mora o meu simples coração... Ela, a ruazinha, nem sonha a avenida de amizade em que se tornou...)

EPOPEIA DUMA RUA

(CANTO PRIMEIRO)

Vou contar-vos uma história,

(Com "h", à portuguesa...),

Duma rua que é memória

Qu'a minha alma embeleza.

Era uma ruinha estreita,

Com tapete de suores,

Uma escadinha perfeita

Onde desciam labores...

Amores também lá passavam,

A subir, em esperança,

Que levava ao céu lavado

Dos meus tempos de criança!

"Que saudades da minha rua!"

Escrevi um dia assim,

No Recanto, à luz da lua,

Que ilumina este jardim!

Eu só abri minha alma,

Deixei jorrar a torrente,

Da saudade que acalma

Como as águas duma fonte!

Mas espalhei a semente

Da saudade insuspeita

Que mora no sentir, sempre,

Da alma-irmã brasileira!

E recebi mil reflexos,

Comentários em carinhos,

Dos amigos de quem anexo

Os nomes e estribilhos:

O primeiro - só centelha,

O Jucimar, uma estrela!

O Valdeci, abração!

De Portugal, o João!

O Téris, lindo menino!

A Luiza, um passarinho!

O Edson, um anjo-mestre!

A Vânia, maga celeste!

O Waldo, cor de esperança!

O Volnei, sonho-criança!

A Helena, sussurro doce!

(A TT, desculpa lá,

Passei você, minha xará!)

O Marconi, pastor de messe!

A Hluna, luar de rendas!

A Zélia, fera de lendas!

*A Guida - minha irmã querida!!!*

O Carlos, alma ferida!

O Gigio, o gato não comeu!!

A Helena, ah!, releu!

A Zelda, minha alma gémea!

A Celina, joía em gema!

A Hull, fonte cristal!

A Lúcia, doce caudal!

O Mário, sonho alado!

A Sónia, anjo esperado!

A Ledalge, honra de mérito!

A Fernanda, dádiva de peito!

A Malubarni, vizinha querida!

...

E quem mais leu... e achou linda!...

...A minha "RUA DA SAUDADE"

Quem chegou mais tarde,

"Deus Nóssenhor os guarde!!":

MARCONI BARROS: (ah, já sabia o caminho!)

"Como teria sido bom

Ter sido seu vizinho, um dia!

Meu peito não se apertaria numa vã solidão,

Mas na saudade nobre da poesia.

Eu me sentiria feliz e pleno

Por estar ao lado da mais completa amplidão!

Tera, teus cabelos de fogo são idéias incendiárias

que iluminam nossas noite literárias!

Teu sorriso sob seus olhos perfeitos nos acolhe com mansidão.

Se um dia, em criança, eu me achasse perdido,

serias das poucas pessoas que eu deixaria que me conduzissem pela mão..."

(Continua... há Canto Segundo e Canto Terceiro...pelo menos!!)

Tera (Sua, Vossa...)