O GATINHO PERSA DO MEU TELHADO

A janela do meu quarto de fundos espreguiça para o telhado,

Mostrando um pomar pequeno, pobre, mas verdejante.

Enquanto debruço sobre os livros, meus eternos companheiros,

Vejo estirado naquela cobertura um imponente e lindo gatinho persa,

A observar-me atentamente, como se eu fosse dele um velho amigo,

E um assíduo colega de leitura de preciosos livros.

Maravilhado, passei a fitá-lo com afago, monologando:

- Oh gatinho persa! Possuidor de olhos redondos, boca e orelhas simétricas,

De pêlo moesqueado pelo pincel da beleza e do gracioso,

Por que és tão diferente dos demais felinos que a natureza conhece?

Pelo porte trangüilo, grandioso e de grande formosura,

Tu me fazes pensar na perfeição que há até nas pequenas coisas.

Vem, gatinho persa , sempre retornar a ese local de cobertura,

Para alegrar a minha existência e extasiar meus olhos de poeta,

Preenchendoos momentos vazios de minha pequena vida,

E afastando-me das horas monótonas do dia.

Demonstra, gatinho persa, a mim e a todos os seres humanos emotivos,

Que os felídeos também revelam, na Terra, a realidade de Deus.

Jorge Saraiva Anastácio
Enviado por Jorge Saraiva Anastácio em 01/03/2006
Código do texto: T117182