O GATINHO PERSA DO MEU TELHADO
A janela do meu quarto de fundos espreguiça para o telhado,
Mostrando um pomar pequeno, pobre, mas verdejante.
Enquanto debruço sobre os livros, meus eternos companheiros,
Vejo estirado naquela cobertura um imponente e lindo gatinho persa,
A observar-me atentamente, como se eu fosse dele um velho amigo,
E um assíduo colega de leitura de preciosos livros.
Maravilhado, passei a fitá-lo com afago, monologando:
- Oh gatinho persa! Possuidor de olhos redondos, boca e orelhas simétricas,
De pêlo moesqueado pelo pincel da beleza e do gracioso,
Por que és tão diferente dos demais felinos que a natureza conhece?
Pelo porte trangüilo, grandioso e de grande formosura,
Tu me fazes pensar na perfeição que há até nas pequenas coisas.
Vem, gatinho persa , sempre retornar a ese local de cobertura,
Para alegrar a minha existência e extasiar meus olhos de poeta,
Preenchendoos momentos vazios de minha pequena vida,
E afastando-me das horas monótonas do dia.
Demonstra, gatinho persa, a mim e a todos os seres humanos emotivos,
Que os felídeos também revelam, na Terra, a realidade de Deus.