Como pássaros

Seus olhos me dizem o que já não quero ouvir

Olhos para o brilho das estrelas que me fazem d'alma sentir

Quantas dádivas agora, posso sentir tocar

Na vida que a carne escondera ao longo dos anos

Como poderia agora simplesmente esquecer

o que se passara em um coração que apenas fazia necessário ao bem

de um corpo que apenas se fazia necessário a carinhos?

Como poderá sentir um lábio que apenas transportava amor e bem-querer?

Na vida temos os sonhos que são vão com o raiar do dia

que normalmente vem com o ir do anoitecer

e que deixa no brilho que arde os olhos na manhã

a esperança do brilho de uma escuridão que não se sabe onde novamente irá aparecer.

Simples, pensar na luz do fim do túnel

quando se está lá, sente-se apenas o despediçar de momentos

de um amor radiante que brotou em um coração naturalmente jovem,

que hoje pena de velhice e sem ter forças, por tudo que viveu há tempos.

Como posso viver sem ar

Como viver sem água

São nesses vãos momentos que penso o quanto és importante em meu amar,

mas agora vejo que enquanto sofro, o que tenho é um coração com mágoa.

As águas correm sem rumo contornando o que o mundo lhe dá pelo caminho.

É neste pensamento que vejo o quanto de minha vida perdi

Acredito em que não faz outra coisa a não, meu coração partir;

A deixar de lado quem de tudo o que mais deseja, espera por um carinho.

A noite agora me fazem companhia por quanto tempo precisar

Acordo de um susto e vejo que não há mais estrelas,

O mundo cruel agora espera pela física da impertinência do capitalismo...

Preciso agora ir pra casa.

Voltar de onde, talvez nunca a deveria ter saído;

Vejo o longo caminho que me espera caminhar,

e como posso agora parar e senti-lo

Se nem ao certo sei, para onde estou indo,

para onde levam meus passos cantando.

Me acompanham alegres os pássaros

que aos pés de um ramo fraco que normalmente tendem a tombar,

mesmo sentindo-no ceder, continuam a cantar, sabendo que possuem asas,

e que não há perigo que não possam vencer ao poderem voar.

Rafael Rezende
Enviado por Rafael Rezende em 12/11/2008
Código do texto: T1280218
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.