PICOS POR SUAS PRAÇAS

Não tinha nome

A Pracinha

Nem dono

Dos namorados

Era dos bêbados

Das nove horas

Dos matutos aos sábados

Da biblioteca

Da prefeitura

E dos meninos

A Praça Grande

Era da fonte iluminada

Era da banda de Seu Elísio

Das normalistas

De Pipoca

Da oficialidade

A Praça da Igrejinha

Das beatas

E dos moradores da Rua Velha

A dos Passarinhos

Era a mais triste

Grande viveiro

De pássaros amiudados

De aves tristes

Da penitenciária municipal

Da casa do estudante

Plangentes em si

O fim de tarde

Quando a Matriz davas as costas

E badalava o sino

Pela sexta vez

Anunciando a noite

Que se pronunciara no pio das aves

No choro dos passarinhos

Hoje as praças de lá se encolheram

Secou-se a fonte, sem luz

A banda, sem Elísio Serafim, também

Que é das normalistas ?

Pipoca já não há

Passarinhos tornados pardais

Ante a balburdia a Matriz encolheu

Recolheu os dobres

O que eram praças

São calçadões

De camelôs, viciados

Transeuntes avexados

Marconi Barros
Enviado por Marconi Barros em 16/12/2008
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