PICOS POR SUAS PRAÇAS
Não tinha nome
A Pracinha
Nem dono
Dos namorados
Era dos bêbados
Das nove horas
Dos matutos aos sábados
Da biblioteca
Da prefeitura
E dos meninos
A Praça Grande
Era da fonte iluminada
Era da banda de Seu Elísio
Das normalistas
De Pipoca
Da oficialidade
A Praça da Igrejinha
Das beatas
E dos moradores da Rua Velha
A dos Passarinhos
Era a mais triste
Grande viveiro
De pássaros amiudados
De aves tristes
Da penitenciária municipal
Da casa do estudante
Plangentes em si
O fim de tarde
Quando a Matriz davas as costas
E badalava o sino
Pela sexta vez
Anunciando a noite
Que se pronunciara no pio das aves
No choro dos passarinhos
Hoje as praças de lá se encolheram
Secou-se a fonte, sem luz
A banda, sem Elísio Serafim, também
Que é das normalistas ?
Pipoca já não há
Passarinhos tornados pardais
Ante a balburdia a Matriz encolheu
Recolheu os dobres
O que eram praças
São calçadões
De camelôs, viciados
Transeuntes avexados