“Manhã de quinta-feira”

Sinta o frescor das hortelãs,

A beleza das orquídeas,

A majestade dos lírios.

Vibre como os terremotos,

As pálpebras estonteantes,

O complexo respirar do coração.

Toque em sua pele, em seu corpo,

O anoitecer tão esperado,

Toque o mundo, toque em tudo.

Chore por toda a parte, por entre os rios e os lagos,

Mesmo sem querer, chore, chore,

Assim como a chuva que não se envergonha de querer.

Pule sobre as ondas, caia de cara no mar,

Pule pelos campos, escolas, avenidas,

Imite os cangurus, de um salto na vida.

Grite ao acordar, ao se irritar, no festejar,

Acompanhe os trovões, quando se expressar,

Abra bem a boca até tudo se despejar.

Lute sem usar as forças ou com todas as forças possíveis,

Bata no seu destino, em seu ego, bata em si quando for preciso,

Siga as formigas quando for lutar.

Viva, acima de tudo, viva como o sorriso,

Que independente de alguém sempre vivera,

Com a expressão mais bela que existe,

A alegria, que se exprime em nosso olhar,

Ao ver um sorriso, doce, meigo, até mesmo sem jeito, a desabrochar.