Melodia sem Fim
Quando ouço uma melodia,
Tento sentir como se ela vivesse,
Se transformasse em alguma forma,
Saísse simplesmente da pauta
E dos instrumentos, viesse bem
Perto de mim, e me conhecesse.
É sempre uma melodia suave, cheia
De harmonias e notas singelas,
Que se encontram em uníssono
E vagueiam em minha mente.
Num repente, destinada,
Ela termina em sustenido,
Tão solitário e aflito...
Percebo então que,
Entre seus desejos,
Ela jamais iria querer se findar.
São Paulo, 6 de novembro de 1997.