O resgate do poeta do érebo.

Da minha casa bela,

pela fresta d'uma janela,

surge meiga e singela,

a lua tristonha em prantos.

E do candeeiro pagão,

em gotas de solidão,

finda a luz dos meus encantos.

E pra restaurar o meu eu,

que ao érebo desceu,

junto ao peito coalesceu,

da fragrância de um corpo.

Pois do gume dessa adaga,

confirma-se a chaga,

proferida ao ser morto.

Mas, o sol sorrateiro,

nasce manso e faceiro,

alegrando ao seresteiro,

restituindo-o dos enigmas.

E no aconchego do meu berço,

inclino-me aos meus textos,

planteados de muitas rimas.