UM COLIBRÍ

Despertei com o cheiro da terra molhada

A chuva lavava a vidraça, a calçada

Folhas molhadas voavam

Não ouvia-se o canto dos pássaros

Só o uivo forte do vento.

A solidão doeu

Abrí minha janela

Buscando a chuva meu rosto tocar

Admirar este dia, também belo

Estava aconchegada em meu castelo

Molhei minhas mãos em concha

E nelas pousou um colibrí

Bebeu água, parecia assustado

Batia asas apressado

Eu então lhe sorrí

Acho que entendeu

Que seguro alí estava

Faceiro sobrevoou meu leito

Como se fosse sua casa

Alimentou-se na rosa do jarro

Pousou novamente em minhas mãos

Em despedida pairou no ar

E voou em busca dos seus.

Na janela a observar

Uma lágrima de meus olhos rolou

Pensei solidão jamais

Somente observar a chuva

Aspirar seu cheiro

E sentir-me em paz.

O belo colibrí deu-me a paz!

Mafag
Enviado por Mafag em 18/03/2010
Reeditado em 04/08/2010
Código do texto: T2146008
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