Das Flores Altas

Ai! O que seria de mim, sem a fantasia?

Como enfrentaria esse dia,

Vestido de gosto amargo,

Sem espasmos,

Só retalhos

De idealizados traços...

Mas ela existe. É generosa.

A meu favor, tendenciosa...

Tem sempre pronto um banho dourado,

Para amenizar os percalços,

Maus tratos,

Incautos...

Seu colo maternal

Retira-me da atualidade,

- Esse exercício brutal –

E me faz sonhar com possibilidades

Esperançosas,

Viçosas...

Vestida de grinaldas,

Das flores mais altas.

Ela me tira da realidade,

Com suas sementes perdidas,

Absurdamente esquecidas,

Em meio à mediocridade.

São as sobreviventes,

Desse momento demente...

As que escolhem a pedra para crescer

E, revolucionariamente florescer.

Sem a fantasia,

Que povoa minha alegoria,

Não teria metas.

Desonraria minhas regras,

Correria às cegas.

Curvaria nas retas,

Ignoraria todas as setas.

Envenenaria as adegas...

Sem ela, cambalearia

Entristeceria,

E me perderia...

Não mais intercederia,

Desabaria,

Sufocaria,

Não mais escreveria,

Enlouqueceria...

Não mais existiria.

Fantasia que nos adorna de alegrias ..

Poesia que nos faz crer

E pensar em viver

No que nos povoa, as terras mais escondidas ...

Mais benfazejas ,

Mais sertanejas

Do nosso pensar,

Do nosso voar...

Que permite, que nossos versos dourados

Desaguem em litorais abençoados ...

...((MELLMELLO))

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 29/03/2010
Reeditado em 29/03/2010
Código do texto: T2165072