VERSOS À TOA

Minha mesa quando está posta

Até parece um altar

Branca toalha que se gosta

E o pão de Deus a sobrar.

Queria parar a Primavera

A esperança agasalhar

Dos sonhos ficar à espera

De os puder concretizar.

Trago minhas mãos vazias

Meus sonhos embaciados

No viver destes meus dias?

Trago risos encurralados.

Minha vida já está traçada

Muro que hei-de tranpôr

Com pranto fiz a chegada

Ao partir seja o que fôr.

Mais um passo, mais espinho

Mesmo assim é curta a vida

Caminho, é o fim do caminho

Trago a esperança falecida.

Mas prendo-me à Primavera

Entôo cantigas de saudade

Recordo a juventude, bela era!

E como se foi o tempo da Mocidade

De saudade tenho o peito cheio

Do futuro pouco adivinho

Como pássaro no ramo com seu gorgeio

Canto à Vida com carinho.

Hoje os campos estão em festa

Atapetados de bonitas cores

- Em minha morada modesta

Na mesa uma jarra de flores.

Que venha quem vier por bem

Esta casa é Portuguesa com certeza

Pão, vinho e amizade sempre tem...

Pois se é uma casa Portuguesa?!

natalia nuno