Fim de tarde

No findar

da tarde morena

deitado na doce rede,

suor que alimenta famílias,

à sombra da frondosa amoreira,

fonte de vida

dos passarinhos azuis

e borboletas coloridas,

me delicio

com os sabores do campo

e contemplo

o pôr do sol de dezembro,

mais belo que meus olhos

já contemplaram,

ao seu lado

enquanto o fogo

queima os papéis

que um dia a mão escreveu

os serenos sonhos

do ventre materno

agora realidades mortas

consumida pelo prazer

da vida simples do campo.

Paulo Rodrigues
Enviado por Paulo Rodrigues em 05/02/2012
Reeditado em 18/09/2021
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