A espreitar pela fechadura
Chegou de manso a espreitar pela fechadura
Observando inerte a velha cozinha,
Ao revés repentino do cair das panelas ao chão
Despiu – se então seu velho jirau.
E ao observar o canto da janela via aquele rosto triste
Sentado a observar o cair da tarde morena
Expulsando a luz do dia
Dando espaço a escuridão.
Algumas pessoas não gostam do escuro!
- pensou ao ver o silêncio dos pássaros,
O calar das pessoas,
E a reclusão dos pensamentos.
Continuou ali fora a ver todo o movimento da velha cozinha,
Logo o fogo começou a dar ânimo,
E num balé começou a preparar o jantar,
Longe alguém destapou a cantar.
Talvez aquele rosto triste
Não fosse assim de nascença
Nem admirava o dia,
Muito menos a noite serena.
E sem muita atenção prestar
Nem a porta foi verificar,
Esqueceu que felicidade sempre chega à porta
Mais nem sempre tem permissão para entrar...