Eu sou o soluço de um peito em dor
A lágrima descida dos olhos apertados
O pranto clamado cheinho de dor
A alma que busca a libertação
Eu sou do escravo a triste canção
O filho enjeitado, na porta largado.
Da vida um parto que nunca gerou
Porque o seu feto lhe foi retirado
E o natimorto na caixa jogado
Inda respirando lançou-se no lixo
Sou cria do amor nunca declarado
Que por uns trocados trocaram-se carícias
Sou o ponto braco no meio da pista
E se quiser mesmo saber o que eu sou
Eu sou pássaro perfeito que nunca voou
Eu sei que você pode estar confusa
De tudo aqui que eu falo que sou
Por isto preciso lhe esclarecer
Pra ver se com isto acalmo o seu ser
Sou chama da vela que foi apagada
Casa incendiada pela tocha desta
Um tiro na testa com a baladeira
Que causa coceira antes mesmo da dor
Do bolo furado sou o dedo do autor
E de todas as letras sou a poesia
A rima mais fria que seu peito tocou
E em vez de riso fez lágrima brotar
Sou a interrogação que ficou pelo ar
E das rimas mortas...
É o que sou... sou POETA!!!



Jacó Filho, meu Mestre e amigo poeta, resumiu belamente tudo isto  assim! Obrigado, poeta...

Essa máquina que remove,
Dos pensamentos, a dor...
Molda o perfume da flor,
Retrata quem nasce e morre.

... 
Nasser Queiroga
Enviado por Nasser Queiroga em 25/11/2012
Reeditado em 06/04/2020
Código do texto: T4004493
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.