Aquele bilhete

Aquele e mail que não escrevi,

Procurei borrachas e lápis e já perdi,

Rabiscando, digitando,

Ao passar dos anos, salas e quartos sem bate papo.

No quente estofado, taças e vinho tinto,

Esboçava um sorriso, já estavas rindo,

Anedotas, contos e piadas,

Conversas sacanas e até mesmo ousadas,

Ria que rolavam lágrimas.

Aquele carta que me ofendeu,

Borrachas não apagariam o lápis que escorreu,

Borravam meus olhos, minha face,

Chorava rubra como tomate,

Na tempestade de um copo covarde.

Eu chorava toda sem graça,

Acompanhada da dona tristeza desgraça,

Minha conta, e mail fechado,

Não mandei pra ti desaforos baratos,

Tenho classe, assim fica feio,fica chato.

Aquele bilhete escrito a papel,

Como quem pede presentes a papai Noel,

Num lago onde nadam os patos,

eu pego com as mãos os meus sapatos,

descalça e feliz te esqueço e rindo te largo.

Edilson Alencar
Enviado por Edilson Alencar em 01/01/2013
Código do texto: T4063062
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.