Do que me serve
Corrigir o que é errado?
Talvez não seja tempo de façanhas
Bradar os coros da boca que queima?
Quem sabe só precise de acalanto
Meus ossos tinham recheio esponjoso
Meu coração batia em vazio ventilado
Meus olhos embaçados pelo desejo
Minha prioridade, uma vida que não era minha
Minha alma, volátil, e nem sei se com textura
Meu corpo, ébrio e etilista secreto
Minha desventura era posar e contracenar parado
No palco concorrido e sem sentido do desmazelo
A tudo o que eu tive e me despreza, um sonoro igualmente!
A como se vence perdendo organizadamente
Se o que me voga é chorar, insisto e canto
Se me atordoa o descaramento miserável, saio
Assim não fujo, retiro-me com a mínima honra ainda
A auto-comiseração acabou, todavia, o calor não
O fogo arde e queima meus lençóis
Aquece a pele morena e o capacho vai à forra!