Do que me serve

Corrigir o que é errado?

Talvez não seja tempo de façanhas

Bradar os coros da boca que queima?

Quem sabe só precise de acalanto

Meus ossos tinham recheio esponjoso

Meu coração batia em vazio ventilado

Meus olhos embaçados pelo desejo

Minha prioridade, uma vida que não era minha

Minha alma, volátil, e nem sei se com textura

Meu corpo, ébrio e etilista secreto

Minha desventura era posar e contracenar parado

No palco concorrido e sem sentido do desmazelo

A tudo o que eu tive e me despreza, um sonoro igualmente!

A como se vence perdendo organizadamente

Se o que me voga é chorar, insisto e canto

Se me atordoa o descaramento miserável, saio

Assim não fujo, retiro-me com a mínima honra ainda

A auto-comiseração acabou, todavia, o calor não

O fogo arde e queima meus lençóis

Aquece a pele morena e o capacho vai à forra!

Natal
Enviado por Natal em 28/06/2007
Reeditado em 29/06/2007
Código do texto: T544534
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.