Afinidades

A proximidade do fim aproxima a poesia

A fome de vencer faz o versejar

A dor, crua, nua e indolente, convence o desejo

A noite fria e cortada em pedaços

O ardor da nova vida

Isso que me empolga, e que talvez venha a escarnecer-me

Eu adoro, abraço, e clamo, pelo simples fato de me libertar

Não à doação, sim à adoção de amores do novo

Sem conclusões, à vista dos seus e meus pesadelos recentes

Simplicidade, entre o deitar e o dormir é que te tenho

Nessa mistura de amor poético e profana história

Nesses debates a cerca das revoluções e vertentes

Nossa que afinidade! Que realidade plena e calma

Que fascínio renascentista e pró-esquerda

Nesse turbilhão, o malte e a taurina

E há tempos não sei da lembrança

E você minha madona, nobreza cabo-verde

É você ébria e brigona, zangada com o copo na mão

Quando te encontrei? Eu não lembro

Hoje, aqui nessa noite de libação eu surto com você

Amanhã, numa torrente de desespero nos encontramos

Não por arrependimento, e sim por desejo

E pra ver quem ganha no debate de idéias

Natal
Enviado por Natal em 29/06/2007
Reeditado em 12/07/2007
Código do texto: T545851
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.