Voltar no tempo

Decifra-me se puderes

encontra-me neste poema

tantas vezes reescrito

onde mergulho cada palavra

no tempo infiel e proscrito

Reserva-me todos os murmúrios

onde transformamos gargalhadas

em versos de prazer inédito

alimentando o sinédrio dos meus

juízos tão itinerários e frenéticos

Data-me o tempo

que se escoa na espessura

limítrofe do vento

Cubram-se os céus factuais

onde te invento

em vícios quase premíscuos

e delimito minhas orações

nas asas arfantes de um anjo

que vela até

meu arrependimento

Voltar no tempo

onde entreabimos a alma

com beijos

e atiçamos nosos seres

com abraços

que se apressam em fuga

delicadamente

mal a manhã vindoura

te ostente de vida inexoravelmente

FC

Frederico de Castro
Enviado por Frederico de Castro em 13/01/2016
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