Estranho, estraño

Mirei-me no espelho

de uma cidade estrangeira.

Vi o tempo passando no meu rosto.

Me estranhei.

Assim sem desgosto,

Porque sei que longe de casa

sempre estranho tudo.

Mas desta vez,

Estranhei como um pastor que nunca se afastou de verdade de sua aldeia.

Estranho.

Pensei no meu mundo

Meus cães,

Meus livros,

Meus gatos,

meus velhos sapatos.

E na luz dos olhos dela.

Então saudei o tempo

que passava.

Grácio Reis
Enviado por Grácio Reis em 09/09/2016
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