BORBOLETINHA

æ

Borboletinha sapeca

veio pousar no meu varal

quando estendia a beca

lá no fundo do quintal.

æ

Era toda colorida:

vários tons primaverais...

Posava descontraída

com trejeitos teatrais.

æ

Lembrou-me famosas divas

pelos modos delicados,

apresentações altivas,

nos luxuosos tablados.

æ

Quedei-me... E, ao sonhar,

num átimo, bailarinas

vi em sublime dançar,

com suas vestes cristalinas.

æ

Acordei e a borboleta

voltejava junto a mim

pensou, com sua pirueta,

fosse eu belo jardim.

æ

Enganou-se, pois, não era...

ficou meio encabulada

voou com sua quimera

no afã de ser amada.

æ

Foi polinizar as flores

como dita seu ofício;

oxalá encontre amores

nesse lugar mais propício!

æ