DIA DESSES VIAJEI PELA VIDA

Aquele mar em que a brisa gélida me acalma

Tem brisa sim, mas não é gélida

Nem tampouco me acalma

Só é gélida se eu quiser que a seja

E é talvez como é a vida

Só é penosa se a quisermos assim

Viajei dias e noites em um mar revolto

Mares negros, vulcões em erupção...

Sonhos rasgados em papel de cetim

Memória teimando em lembrar um passado perverso

Estava passeando pela vida

Barco a remo e só me restava remar rumo a meu destino

O vento por vezes me empurrava na direção contrária

Batalhava e afrontava até minhas forças se quase esgotarem

E encontrei lá no cimo da mais elevada montanha

Embrulhado em pano de qual cor não sabia

O sentido da vida

O invólucro simples mentia quanto à simplicidade do que nele havia

Havia códigos complexos

Mas, dependia da maneira que eu os olhava

Ás vezes via pássaros, flores, rios, pessoas...

E era simples de se entender

Mas, às vezes tudo se misturava e não dava pra distinguir mais nada

E vi enfim que assim era a vida

E que poderia vê-la da maneira que quisesse