O FORRO DOS BICHOS
As festas juninas se aproximam
e na floresta, é um movimento só!
A coruja marca a quadrilha,
os noivos ensaiam o sim,
as costureiras fazem e desfazem,
noite e dia, dia e noite.
Dona Garça alinhava,
a pata se incumbia das medidas,
enquanto o papagaio
se responsabilizava pelas fitas.
Já o tucano entrou pelo cano,
comprou os chapéus trocados...
Lá foi o Sr. Pavão
acalmar os ânimos
e resolver a situação,
que de antemão,
gerou uma confusão
e deixou muitos na mão.
Tudo se resolveu
e os bichos voltaram a trabalhar.
Remendaram calças
e colocaram nas roupas:
bicos, fitas, rendas e alças.
Não houve trapaça.
Até o espantalho,
ganhou roupa nova,
uma camisa quadriculada,
uma calça jeans desbotada,
toda remendada,
saindo de todo canto, muita palha.
O ensaio ia de vento em popa,
quando o sanfoneiro
resolveu aprontar:
comeu mais da conta,
bebeu muita pinga,
foi pro hospital e caiu na seringa.
Voltou dias depois
amarelo como ele só.
Precisou curtir um sol.
Depois voltou a tocar animadamente,
deixando todos satisfeitos
e dançando alegremente.
Chega o grande dia.
No salão, bandeirolas coloridas,
lá fora a fogueira trepidava,
na mesa, muita comida e bebidas.
E o Arrasta pé se iniciou
levando todos a dançarem com alegria.