Os Segundos

O primeiro Segundo correu, pulou, mas caiu

O terceiro Segundo sofreu, tentou, mas saiu

O quarto Segundo bem o buraco viu

O quinto Segundo como uma rocha ruiu

O sexto Segundo esteve com o sétimo brincando

Quando chega o oitavo cantando

E o nono loucamente e estridente

Estedeu a mão ao décimo combatente

Décimo primeiro sódio não comburente

Tem nada de contente o décimo segundo

Azarado está o décimo terceiro, sofreu um infarto

E só quem apareceu no velório foi o décimo quarto

O décimo quinto apanha de sua mãe Quinzena

Enquanto o décimo sexto é um natural apenas

E não primo como o décimo sétimo

Nem Argônio como o décimo oitavo

Bom mesmo é o décimo nono, decimal do passado

Que o vigésimo inicia nos anos presentes

Vigésimo primeiro futuro, uma grande mente

E volta como sua idade, o vigésimo segundo Segundo

Vigésimo terceiro já foi nada menos que o papa

Tadinho do vigésimo quarto, vergonha da rapa

Prateado vigésimo quinto, bodas de Prata

Quem com ferro fere, com ferro será ferido,

o vigésimo sexto elemento

Vinte e sete segundos já foram comigo

E um Níquel vigésimo oitavo começa a aparecer

Vigésimo nono, medo da idade

Chegou o trigésimo selando a metade

Chega todo inteiro trigésimo primeiro

Trigésimo segundo a se classificar é Trinidad

Arquipélago de trinta e três lindas ilhas imaginárias

Trigésimo quarto e sua vida lendária, humor infinito

Abre um espaço amigo e chega o trigésimo quinto

Com ares de final chega o trigésimo sexto

Agora vendo o buraco o trigésimo sétimo, caiu também

Tentando estar apto o trigésimo oitavo

O buraco é um relógio, voz do trigésimo nono

Sendo assim o quadragésimo é dois terços

Sobra um terço, quadragésimo primeiro

Segundo o quadragésimo segundo, está na idade do lobo

O importante é o fogo, né quadragésimo terceiro?

Fogo de iniciante, ainda sendo o primeiro

Quarenta e quatro ordinal

Faltam só quinze agora com você, quadragésimo quinto

"Ora, só catorze", diz o quadragésimo sexto, eu não minto

Quem não acredita é o quadragésimo sétimo

Que mesmo com a decaída do 48 continua cético

Carnaval dos números, rei momo

Acabou de cair o quadragésimo nono

Cinquenta é Estanho ou Bodas de Ouro?

Estranho achou o quinquagésimo primeiro

E o quinquagésimo segundo passou direto

O quinquagésimo terceiro ainda se diz ereto

Chegou o pai minuto pra acabar com o papo

E puxou logo de uma vez o quinuqagésimo quarto

E o 55 como é bonito, gritou e caiu

Cinquenta e seis Segundos depois, cheguei

O quinquagésimo sétimo achou que ele ia ser o rei

Quando o quinquagésimo oitavo caindo diz: "Desconfiei"

Assim sumindo o quinquagésimo nono

E o Sexagésimo, dando fim ao ciclo

Pai minuto olha intrigado

O ciclo ainda não foi completado

Rodamos todo o mundo, quem falta?

Escondido e solitário lá está ele

O Segundo Segundo.

Segundo Lipe
Enviado por Segundo Lipe em 20/12/2005
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