VERDE-OLIVA

Se for, a suprema das felicidades, incuti-las nos corações alheios,

é você tão feliz quanto sua gargalhada nos transparece.

A alegria são todas as formas de todas as coisas

e todas as cores que se consegue ver

bem como tudo mais que se consegue perceber

pois a maior das alegrias é viver!

O incomum, o abstrato, a cartase são o ante-céu!

E são ele também o incoerente, o inconstante.

A alegria é, pra mim, vê-la gargalhar!

E procuramos a felicidade nos beijos que ministra

e nos teus abraços; em tudo que aquece.

O calor é alegria bem como o frio pode ser quente

pois quando feliz seu rosto se dá por contente

cálido fica o coração e do mais a gente se esquece!

Como pode ter cor algo que não tem corpo?

Colorir o etéreo é inatingível escopo!

Não há de se explicar para ser feliz,

tanto que por minha íris do coração percebo

quão verde-oliva é sua gargalhada que não toco!

Coisa tão impossível de tingir, mas que não cessa em me atingir!

Não a descreveria nem acima nem abaixo do nariz

uma vez que se eu pudesse atingir a perfeição com as palavras

os meus versos seriam o seu sorriso!

as estrofes, as gargalhada; os poemas, a felicidade...

Poderia dizer da ação dos ventos,

dos Nordestes e Sudestes que a perfizeram

Que, também, não consigo distinguir de ti a natureza

tampouco, nesta estrofe, não versar em segunda pessoa,

destoando do todo mais, que à terceira soa...

Nem me parecem de ti diversos os recortes, as ansas

as cumeadas, as minas, córregos, grutas, galerias!

nem os devaneios da noite, muito menos as sensações do dia...

Feita a felicidade em meu coração

suas mãos incontinenti fazem outra feição

Se pelos ventos perfeito foi seu corpo

hão de se esforçar os ventos a terminar uma nova perfeição...

E terminarão caindo na mesma inépcia geral!

tão bem como você tingir verde-oliva um coração.