NÃO SOMOS INFINITOS

«...choro talvez

infinito

cai»

(PoetaGalega, «Abismo»,

publicado no RdL em 27/09/2008.

Código do texto: T1199256)

Sim, já sei que fundamento do poema é o verso inicial «como rio sem mar» e que o desenvolvimento é apenas a «descida vertiginosa» do rio, como se, alienado, chegasse ao suicídio. Também sei que tal suicídio não é tal, mas «choro talvez / infinito»; contudo, sabendo tudo o que sei, escrevi este comentário ao poema da Poeta Galega, livre, descontraído, como conversando com ela, excelente amiga:

Os rios todos vão ao mar

Diz a santa escritura

E os altos cumes serão nivelados

Também diz o livro santo

E a voragem ... seja apaziguada

Conselham os psicólogos

E as redondezas manifestam perfeições

Digo eu, poeta sem medula

Portanto, cantemos à Vida

Até que a Vida de gozo se suicide

E choremos submersos na alegria

Pois felizmente não somos infinitos.