Flores da Amizade

Guida Linhares

Andava tristonha, nem sabia bem porquê!

Parecia que as cores do arco-íris haviam desbotado,

e a chuva forte deixara estragos no coração.

Volvia os olhos ao céu e rezava para que,

uma luz viesse iluminar, trazendo o bálsamo anelado,

que me fizesse sentir de novo, a mais pura emoção.

E assim caminhando na margem do rio da vida,

olhando as águas cristalinas que buscam o mar do amor,

ia pensando nas fases que às vezes passamos,

em que os nossos melhores sonhos parecem desmaiar,

e nos sentimos sozinhos ainda que no meio da multidão,

e tudo o que mais queremos é sorrir de novo, ganhar amplidão.

E foi deste jeito que te encontrei; uma flor caída no chão!

Havias perdido tantas coisas e o desânimo tomou conta de ti.

Não acreditavas mais em Deus e nem no poder da oração.

Te deixaste ficar entre as pedras, entristecida e solitária,

murchando a cada estação, sem ânimo de seguir em frente,

sentindo-se esvaziada da plenitude amorosa e divina.

Mas o acaso fez com que nos encontrássemos,

e nossas pétalas se abraçaram deixando vazar as lágrimas,

que se tornaram pequenos diamantes aos nossos olhos,

desenterrando os sorrisos que haviam perdido o rumo.

Ao longe se ouvia o eco: - O Senhor é Teu Pastor, e nada te faltará!

Se tens Amor e Bondade, serás eterna flor da Amizade!

Santos/SP - 24/01/09