A AMIZADE
Ás vezes em que olhei para o lado
Estavas lá , sereno tal mar
Quebrado amiúde nas praias
Do Piauí, tão sem ímpeto
Nosso mar é um carnaubal
Mono, sonolento
És pedra sobre a qual
Embalo meus ombros
De mim
Quando a lágrima se deu
Tinhas os olhos mágicos
De roseirais orvalhados também
É bom saber que estás aqui
Mesmo quando te vejo
Quando tomo o chapéu
O cajado e me faço
Por longas travessias
Mangueiras ladeando
O impossível
Sigo então, sem saber
Se sabes que te vejo
Na minha hora derradeira
Nem me lembrarei de ti
Que te importa , Amigo ?
A amizade não pede o bilhete
Não atenta aos defeitos
Estar com um amigo
É estar consigo mesmo