OLHE

OLHE...

Olhamos para ruas cheias de faces, no fundo,

Procurando alguém especial na multidão,

Nunca houve tanta gente no mundo,

Mas nunca se viu tanta solidão !

E os olhares se cruzam sem medida,

Muitas vezes, entre luzes sem direção,

Sob o foco de uma estrela perdida

Entre as noites e luas que já se vão...

Ah, ruas incertas do coração,

Não olham as cruas verdades da vida,

Nem dissipam a luz esquecida

De um sonho que voa sem direção !

E os olhares se cruzam no vagar profundo

De sentimentos que ultrapassam a percepção,

Pois nunca houve tanta gente no mundo,

Mas nunca se viu tanta solidão.

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