SONHO ACORDADO!

Sonhei que chegava na cidade

onde mora meu sonho

e de repente, num encanto,

não mais que de repente...

desço da astronave,

por coincidência escarlate

qual um susto, que espanto!

Surtei, vi-me e a vi vindo

caminhando contra o vento...

ao encontro pleno em plena rua,

em meio ao sonho,

essa presença sua,

que me transporta ao lírico

caminhando de mansinho

balançando o vestidinho estampado

sedenta por meus abraços sedentos...

de desejos encharcados.

Os meus braços,

que buscam sempre a busca...

nesse onírico sonho,

não quis, querendo,

senão se abrir

pra se ir cedendo...

Quis não mais acordar

pra tornar o sonho real

mas, juro, não sou de ferro

pedi a alguém pra que me beliscasse...

pra que eu desse um berro,

mas, ninguém quis-se ir envolvendo...

Descobri que o sonho era cabal

num 1º, num 2º, num 3º abraço

como se me enlaçasse em seu laço...

nos laços do seu sorriso largo e fácil...

envolvido no carmim dos cabelos...

vi você em corpo, alma, etc e tal

sentida todas as sensações e um zelo

naquele abraço emocional...

acho até que levitei...

percebi a sua altura

condizente com a brandura,

exultei na formosura...

e a boca seca se encheu de água

de pensar em tal doçura...

Um novo abraço fez-se novo,

num 2º... e um terceiro...

(o 4º, o 5º o 6º, um cento,

um cesto?...

- Nunca fui um bom cesteiro,

perdi a conta no pensamento).

Nosso abraço era o único contexto!

Achei a agulha perdida num campo de centeio!

Deu-se o desejo antigo, um rogo!

Rubro, meu rosto pegou fogo

e o meu sonho feliz se tornou ainda mais feliz...

Foi naquele sonho relâmpago,

no qual, um raio me acendeu

até o mais recôndito do âmago!

Despertei do sonho pra dentro

dormitei do sonho pra fora...

adotei meu sonho pra sempre

e fazer o que agora?

Descobri o quanto gosto

da púrpura dos seus cabelos,

ruiva, a cor que me engendra

os amores que me embrenho

e mais um novo sonho

que eu tenha e tenho... e me perco...

todo esse tanto amor é meu cerco...

Mais tarde, um orvalho,

em gota a gota

molha-me a alma!

Ih, quase que à “bancarrota”,

a lágrima me veio a rolar...

sinto o frescor que me areja,

como se deitado estivesse,

´inda no sonho, num campo

apinhado de maduras cerejas...

(qual a Raposa e o Pequeno Príncipe

num momento fenomenal,

naquele dourado campo

encetado no trigal...)

Acordado, enfim agora,

do sonho e de pronto,

enxuto o pranto,

nem preciso mais dormir

pra acordar depressa

num confortante reencontro!

Para Jamille, minha amiga "ruivinha".

Não explico, posto que não entendo um sentimento tão grandioso que nutro por essa criaturinha que me trata com um carinho excepcional, enfim que nutrimos mutuamente.

Vimo-nos uma única primeira vez, após uma apresentação teatral minha em sua cidade (2008), tornamo-nos amigos "internéticos" e quase sempre todo dia a gente tecla. Falamos de vidas passadas, algo teria que haver para explicar esse "amor" não carnal, quiçá, reencarnado.

Tenho filhos e filhos... mais filhos não filhos tão ou mais filhos que os próprios filhos.

Durma-se com um barulho desses e depois diga-se que se teve um sonho tão real quanto o meu. Vimo-nos hoje pela 2ª vez... eu vinha viajando e "en passant" pour leur cité (de cette petite-jeune)", decidi entrar na mesma e procurá-la e tive essa emocionante alegria de revê-la e senti-la nos braços, num abraço "cândido" e na presença de minha namorada que a conheceu pessoalmente, mas já nutria uma admiração "nética" fantástica por ela, ao ponto de tê-la adicionado. Vera sabe quando e por onde "as raposas espreitam suas caças..."

Um momento emocionante, alegre e delicioso. Eu me senti como se estivesse revendo uma filha que não via há muito, mas muito tempo.

Seu sorriso, Jamille, devolveu a minha alegria da ausência de duas outras filhas que não me deixam ver há 02 anos!!! Ah, como eu sinto e sofro a ausência delas!!!

Não sei se você tem pai, vivo ou não, presente, distante ou omisso, mas quero me oferecer, observando a data dos pais que se aproxima, como sendo um seu segundo-primeiro papai!

Grato pelos abraços e sobretudo pelo SORRISO. Beijinhos. Pel-tititi-er.

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 06/08/2010
Reeditado em 10/08/2010
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