Amigos
 


Faz tempo que não me procuras
Sempre era o primeiro,
Mas agora tens novo amor
Que te consome o tempo inteiro
A minha amizade...
Sempre será verdadeira,
Mas não te culpo
Culpo o amor
Ficamos cegos e ledos
Diante de uma paixão avassaladora
Fique atento
 Amores acabam
Em um quarto escuro
Se não te procuro...
 Quero-te feliz
Já vivi histórias assim
Sempre com um final infeliz
Se um dia precisar de mim
Sabes o meu endereço
Fique bem, um abraço
A minha amizade
Ainda é verdadeira
 
Sol pereira


 



Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinicius de Moraes