CONSTRUINDO MUNDOS

Transmutar a palavra

Como matéria - prima do sonho,

Sob infinitas formas, com ou sem rima,

Com ou sem métrica,

Até que ultrapasse nossa tétrica limitação

De conceder "sentido" exato a tudo...

Pois, ainda no sentimento mudo,

A palavra canta, sem pedir licença,

E, no ápice da alma, escolhe seu rumo,

Seu destino e seu emblema,

Emergindo das abstrações à vida,

No labirinto sem medida das emoções humanas...

Eis a palavra, a matéria - prima

De universos líricos profundos;

E o poeta, com ou sem rima,

É um grande construtor de mundos.

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