CONFUSO NOVEMBRO
CONFUSO NOVEMBRO
Sob os céus da vida,
Seus olhos param,
Refletindo a luz perdida
Na imensidão do tempo
E seu pensamento convida
As estrelas e o sonoro vento
A divagarem pelas mãos do acaso...
Você vive todas as estações
Nesse confuso novembro,
Sente a euforia do verão
E a monotonia do inverno,
Pressente a fria nuvem de outono
Respingar nas flores da primavera...
E quem lhe dera a lídima paz dos sonhos
Que são, foram ou serão vividos,
A paz dos versos que não foram lidos,
Assim dispersos em tantas dimensões,
De todos os tempos, em quaisquer sentidos !
Mas não torne esse novembro tão confuso
Quanto os outros meses que você viveu,
Pois, às vezes, falta um pequeno parafuso
Na engrenagem de cada sentimento seu
Pra reconstruir, na alma, um simples e obtuso
Fragmento humano, que já se perdeu.
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