Aos outros beija-flores

Minha ronda beija-flor,

Por escribas do recanto;

Uns falando de amor,

Outros, vertendo o pranto,

Me faz cúmplice sofredor,

Versando o mesmo esperanto.

Beijo uma e vou em frente,

Vá saber as jóias que deixo;

A visitar tanta gente,

Ainda falar outro trecho,

Prazeroso interagente,

amando preciosos seixos.

Planto um que outro lírio,

Em minha parte do campo,

Afinal, flor é colírio,

E as vistas ardem tanto,

Em sensatez ou delírio,

O que importa é que planto.

Oferto minh’alma lavada,

Mesmo estando infeliz,

Ser honesto não é nada,

É ser da vida aprendiz,

Veto flor plastificada,

Pois amo meus colibris...