A saudade de um amigo

Eu vou-me ao nardo florido,

Que o seu gosto já vencera

Todos os véus sem quimera;

Que o meu amigo vivido.

Em que não era a saliva,

Espera que o langor viva!

Mas; meu amigo, em tristeza

Não chores, sem avareza.

Do passado que eu o sinto,

Tais jovens, pelo deleite

Que o maior braço já deite;

Agora; que eu já pressinto

Que me abraças; meu amigo

Do doudo empenho; em abrigo,

Traze-me a festa, sem gozo

Que eu vejo o riso ardoroso.

Sem histórias; que vós sabeis

Pois fostes o fardo; em vida

Como vês a cara erguida;

Olha-me! Ó morte sem leis!...

Que me cuidas a verdade,

Aquele erro sem maldade

Do lado ando a respeitar-me;

O amor, em Deus sem alarme.

Eu vou-me à doce vitória;

Festa, amizade e lirismo.

Que te respeitas o abismo,

Em que não perdes a história;

Dá-me o seu forte presente

Entre o nosso peito e a mente,

Vejo-me a vida sem povos

Aqueles rostos bem novos.

Em ti, meu amigo. a vara

Cingirás todos os lados,

Como aqueles bons amados

Sem réus, pela parte rara.

Do que eu a quero, meu Deus!

Quem culpaste os olhos meus;

Sem fulgores, meu parceiro

Do sonho ao doce cruzeiro.

Dá-me a festa sem despeito;

Ó paz! Ó carinho! Ó festa!

Foi-se o nosso amor em sesta,

Em meus peitos do respeito.

Do nosso amor, o gorjeio

A música, que eu já leio

Que te viste o nosso assento,

Pelos jovens, o cinzento.

Autor: Lucas Munhoz 30/11/2011

Lucas Munhoz (Poeta clássico)
Enviado por Lucas Munhoz (Poeta clássico) em 30/11/2011
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