TANGO VOLVER
Ao longe, campeando plagas
Em bom tordilho,
Desde a portenha estância,
Ei-lo que aqui se apeia.
Sê bem-vindo, o que se foi
E agora volta,
E entre os seus,
É recebido em relevância.
Acolhe-o em abraço,
Toda pompa e circunstância,
Na precisa hora em que
O poema já se entorta.
Ao vir à praça, no nascer
Da rosa pública,
Cruza as aleas de flores vãs,
Na avenida,
Quando se vê o advento,
Retorno eterno,
Et por cause, vence lirismos
De toda gama,
Construindo a poesia
Que caminha sem ter termo.
E, já de volta, o que
Vai-se, e o que vem vindo.
Ou então, num ai, o sentimento
Sobe ao tino, e a emoção
Desencadeia a verve solta,
Na alegria desvairada
De um menino.
Que o saúdem e o velem
Em canto antigo,
Quando se vê na fonte orgiástica
E urbana, o verter-se d’alma,
E da densidade de um amigo.