Para Todos os Amigos de Toda a Minha Vida

Sempre fui muito tímido. Um medo danado de desagradar... Por outro lado sempre tive muita VIDA explodindo dentro de mim. Então, quando encontrava, ou encontro receptividade, solto-me. Brinco, rio, faço palhaçada, falo muito, se me deixarem. Resultado: a vida toda tive poucos amigos, mas intensos. Amizades profundas, que até a virada do século partilhavam todos os detalhes de minha vida.

Engraçado que se fossem sabatinados hoje, aposto que todos excluiriam traços, passagens, percepções, reações minhas, que julgaram desimportantes. E, como a partir de meu encontro com o mar, em Paraty, passei a não mais contar tudo para todos, principalmente, porque percebi que minha vida era tão diversificada e ao mesmo tempo inverossímil, que ninguém tinha obrigação de me acompanhar em todas as áreas, posso concluir que ninguém mais sabe tudo o que aconteceu comigo.

Lá na infância, antes de ser contaminado com as desventuras humanas, não era tão complicado assim. Era feliz. Gostava imensamente de minha mãe e minha irmã. Tinha um pouco de medo de meu pai, que me foi enfiado goela abaixo pelas outras duas, que passaram a vida desmoralizando radicalmente o cidadão. Claro, que o tempo inverteu todo este quadro... Se hoje tenho minha Lancheria e moro onde escolheu o meu coração alucinado, devo a ele, que, antes de morrer, tratou de me proteger como pode. Ele sabia, ela sabia, a mãe, o que viria a seguir...

Minha mãe Helena tinha convicções bem autorais... para ser delicado. Pregou ela, a vida toda que só o que importa é a família. (Aos trinta anos descobri em meio a uma terrível briga, que havia sido adotado com uma semana de vida!!!) Dizia ela também que amigos não devem ocupar espaço relevante em nossa atenção. Tanto acreditava nisso, que só teve uma amiga, que via bem esporadicamente. Minha irmã também era comportada neste quesito e não apresentava em casa, muitas amigas. Conforme fui crescendo foi aumentando o número de amigos. Também, proporcionalmente, o atrito com os pais, principalmente com a mãe.

Sempre existiam aqueles mais íntimos, no momento. Mas, a casa era muito frequentada. Ouvir música e comentá-las era nosso prato preferido. Ficávamos horas e horas ouvindo, cantando, dançando junto com Bethânia, Gal, Elis, Caetano, Maria Alcina (adorávamos, ríamos muito com ela),Ney Matogrosso, Rita Lee, Gil, Caetano, muito Chico, muito Milton! Foi essa informação que guardei. A que adquiri com a música em primeiríssimo lugar, a poesia veio depois. Foi assim que me formei, que formei meu caráter, a visão de vida que está sempre mudando, em busca de mais alegria, de mais carinho.

Não fosse o carinho de meus amigos, até hoje, já não mais seria. Não tive chance de constituir família. Vivo sozinho! A amizade foi o bote salva-vidas, em todos os inúmeros momentos de extremo desespero que tive que viver, proporcionados por quem deveria ser porto... Obviamente que não fui justo com todos, o tempo todo. Mas, misericórdia, como gostei deles. Como gosto dos que estão comigo de alguma forma, hoje em dia!

Amizade é Amor Puro!

É Tudo!

Cuide muito bem de seu Amigo!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 09/08/2013
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