BICHO HOMEM

Naquilo que me assusta ou se me apresenta

O inusitado da resposta ao meu medo mais comum.

Na mutação mais disforme, me vejo assim:

Um grito informe, sentido sem fim.

Nessa obra reflexa, de busca fugaz

De quem nem queria a verdade encontrar

Muito mais que a verdade, na sua essência

Encontrou-se a mentira com suas tangências.

Meu medo mais novo em mim se instala

A resposta sincera, de ser quem não sou

Se humano, sou cria – sou do criador

Desumano, sou filha

Do outro!

Quem sou?

Se me vires, cuidado! (...) Sou acusador.

Se me leres - sensato - sou teu professor

Se me vires - de fato - nas linhas que estou

Encontrar-me-as, de quatro

Rendido ao supor...

Assim, me apresento

Sem ser condolente

Umas vezes, sensato!

Noutras tantas, demente!

Na demência dos fatos...

Me acusam a vertente

Para ser bem sincero...

Nem sei se sou gente.