"Companheirismo"

“Os ombros suportam o mundo.

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.

Tempo de absoluta depuração.

Tempo em que não se diz mais: meu amor.

Porque o amor resultou inútil.

E os olhos não choram.

E as mãos tecem apenas o rude trabalho.

E o coração está seco.”

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A vida é poesia,

O simples em transtorno,

O impossível que se realiza, a magia, alegria.

O expurgar dos sentimentos,

O nada que transforma tudo...

...em tão pouco.

Tudo que se faz imenso,

Na pequenez do nada.

A vida é companheirismo,

A arte de estar próximo,

De ceder a mão, mesmo quando não se tem nenhuma.

De doar o nada, mesmo quando o nada é seu único tudo.

O companheirismo é a poesia da vida,

Ser companheiro é ser poeta,

O lidar com as palavras, atitudes, sentimentos.

Tornando o ato de voar, um simples ato,

Mesmo quando sem asas para fazê-lo.

Ser companheiro é ter a coragem de abrir o coração e oferecer momentos, para que o outro me conheça e sinta confiança em se deixar conhecer também por mim

Ser companheiro é saber ouvir e falar, é ficar disponível sem se anular, é compreender o que outro sente, para a sua vida poder compartilhar.

Assim como as estrelas, com toda sua magnitude, brilham, mas, sem ofuscar o brilho das outras, pois, todas juntas que tornam a beleza de cada uma mais significativa.

Como outras coisas na vida, a dualidade aqui também se faz presente: o companheirismo nasce e se desenvolve na relação, se alimenta dela e da crença de que somente convivendo é que me tornarei, antes de tudo, companheiro de mim mesmo.

( Wellington Fernandes & Pensamentos )