Escorpiana, nada escorpiana

Cruza os pares de coxas,

Com a vista cega da vida lá fora,

Sem rastro ou permanência,

Livre ao seu bel prazer.

Sua voz grave tem serventia para os livros,

Para as políticas, para a inteligência de outro mundo,

Quem sabe beijar os lábios agridoce

De uma bela amante,

Preenchendo os cadáveres à sua maneira.

Livre como és,

Move as sobrancelhas de

Um lado, com a mão sobre a boca

Reflentindo que não é intensa,

Azeda como um limão

E uma spaten.

Há quem não a entenda,

Mas eu entendo, eu a leio

E a espero como quem deixa

Rastro como uma carta.

Ela tem gosto amargo de café

Puro e quente, com muita história

Para ser dita em meus ouvidos,

Para eu poder adormecer em sonhos.

Mônica Medeiros
Enviado por Mônica Medeiros em 06/10/2021
Código do texto: T7357798
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