A Figueira
Enquanto sua filha molha a figueira com a água
Eu molho seus textos com minhas lágrimas
Talvez as linhas desacorrentem e abracem a folha em branco
Talvez a natureza ausente derrame mais o meu pranto
As folhas escutam o que falamos baixinho
Os galhos secos e mortos sustentam os ninhos
Ainda há vida na figueira... Eternidade numa vida passageira
Ainda há o que colher e o que plantar... Mãos serenas a regar
Eu não conheço sua filha Luisa, mas sei que ela é capaz
De cuidar da figueira, de abraçar o mundo e valorizar os ancestrais
* Poesia em homenagem a amiga do Recanto das Letras e do Canto de meus Olhos... Patipetista e a sua filha Luísa.
Afinal, "tudo vale a pena, se a alma não é pequena."