A Figueira

Enquanto sua filha molha a figueira com a água

Eu molho seus textos com minhas lágrimas

Talvez as linhas desacorrentem e abracem a folha em branco

Talvez a natureza ausente derrame mais o meu pranto

As folhas escutam o que falamos baixinho

Os galhos secos e mortos sustentam os ninhos

Ainda há vida na figueira... Eternidade numa vida passageira

Ainda há o que colher e o que plantar... Mãos serenas a regar

Eu não conheço sua filha Luisa, mas sei que ela é capaz

De cuidar da figueira, de abraçar o mundo e valorizar os ancestrais

* Poesia em homenagem a amiga do Recanto das Letras e do Canto de meus Olhos... Patipetista e a sua filha Luísa.

Afinal, "tudo vale a pena, se a alma não é pequena."

Renata Mofati
Enviado por Renata Mofati em 27/11/2007
Código do texto: T755015