Orgulho e medo
O coração aperta e chora,
a alma se contorce alucinada e doída.
A tua "indiferença" é a cova maior
em que eu me enterrei em plena vida.
O orgulhoso espírito me impede de contar
a saudade imensa que me mora no peito
a cada instante em que me lembro do teu nome...
É a gota d'água que consome o ser, sem solução nem jeito...
Eras meu amigo, eras a minha paz...
será que continuaremos semre assim, afastados,
guardando nos lábios o gosto de um nunca mais?
Te odeio, mas te amo; inexplicável confusão,
que na distância não encontra motivo pra solucionar
a agonia extrema do meu coração...
Eras a relação mais estranha que já possuí:
nunca desejei-te além da amizade, da paixão fraternal;
eras o cotidiano, os duetos, os Chicos, Naras e Marisas...
Era tudo amor, imenso e anormal.
Por quê a ciência, o calendário e o Destino nos contrariou?
Parecíamos mais fortes que as rochas na beira do mar...
E agora me lamento, triste e ressentida, por meio mundo,
me odiando e te ingorando na desgraça desse meu amar...
Como eu queria ouvir aos que me falam agora
para que eu volte a te encarar cara-a-cara
e não deixar essa amizade ir embora...!
Mas o medo e o orgulho me impedem de obedecer:
medo de que se rompa tudo de uma vez,
e o orgulho de nunca me "humilhar" a você!
Os Chicos, Naras e Marisas, não ouço mais;
as lembranças são assuntos longos da minha embriaguez...
Ai, meu Deus, como quero teu afeto de novo!
Daria o mundo para falar-te mais uma vez!
Dizer-te que sinto tanto, mas que nada mudou
o afeto que eu sentia e que fingi não mais sentir...
Que minha morte é o silêncio que pulsa entre a gente,
é a dor da saudade que teima em me seguir...
Não queria viver em eterno lembrar...
quero-te de novo, em todos os momentos de minha vida,
realinhando os passos e tornando a caminhar...
Sei que os mesmos não mais seremos;
mas creio que nossas questões, havermos de vencer,
e um novo laço, certamente, construiremos!
( a um certo D.S.F. ...)