Duas e cinco

já passou da uma

e eu mais uma vez

sentada no meu quarto

sendo obrigada a ficar calada

sobre os desagrados que você me faz

eu não sei das suas intenções

imagino mil jeitos

de poder te desvendar

e você se olha no espelho

sem nenhum peso

sem nenhum desespero

enquanto eu me descabelo

sem poder desabafar

é entre esse bem e mal que você me faz

que eu me perco

onde eu desconheço

os significados de tudo o que você diz

quando não me encara

mas se foi assim que escolhi seguir

procurando você pelas ruas que passam

sem pedir explicações para os seus gestos

pode ser que na hora de partir

seu nome seja a minha última respiração

sem nenhum peso

sem nenhum desespero

Fernanda Galhardo
Enviado por Fernanda Galhardo em 18/01/2006
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