O Império Amoroso

Tenho os olhos constelados de visões noturnas

Mulheres sem véus de lábios entreabertos

Onde estão aqueles céus cheios de aroma

Aqueles beijos que são de fogo uma redoma

E os mansos rios dos desejos mais secretos

Quando a noite, alcoviteira do infinito,

Com fresco luar nos adocica a carne

Morno silêncio traz consigo o charme

A vertigem abissal rompe as prisões

O êxtase desenha multicores revelações

Então o universo toma conta de quem ama

Sua pousada, é qual um berço dileto,

Galgam os corcéis da paixão o infinito

A exaustão dá paz ao espírito inquieto

Quando desses ardores domestico a melhor chama

Acontece ao mundo transcender a própria imagem

O oculto bem revelado promove a esperança

A hora abraça o bem e se balança

Nos carinhos lindos, a beira da viagem,

Serenidade de adulto em sorriso de criança.

Nasce a inefável flor, entre segredos

Do mundo o guia e da terra o alento

Move a fortuna e o destino negocia:

Ou a ventura ou penar do firmamento.

- Vamos, oh bela! A ocasião sempre é propicia.