Voava a bela

Voava a bela em seu traje aceso

Toda escândalo, a propor algum delito

Como despetalado pedaço de infinito

Rosa louca de que amor não é ileso.

O amor era uma águia louca de desejo

Sobre as formas ondulantes de granito

E o desejo um trotar de morte, aflito

Ante a espera colossal do licor-beijo.

Voava a bela... e em tamanho esplendor

A utopia via o raro afresco do amor

Como carnal eco em celestiais portentos

Se no seu vôo subjugava os elementos

Di-lo antes a carne de desejo, que evoca

A densa morte sobre o cais que a convoca.