À PRIMEIRA EM MINHA VIDA

És a primeira então:

Não dentre as flores que beijei,

Tantos perfumes que inalei,

Usufruindo bom fragor;

Nem das margaridas que despetelei,

Cantarolando o mal-me-quer,

Como se fora beija-flor;

Tampouco dentre as tantas a quem falei,

Com meu gostar a declarar,

Dando-lhe o tom de um sonho a mais;

Ou das mulheres que amei,

Pras quais o ser eu entreguei,

Sem uma linha rabiscar.

És a primeira, eu bem sei,

Com quem feliz hei de sonhar

E, do início à eternidade,

Muitos poemas dedicar.

Wilson do Amaral