A PIRATA


Nos momentos rebeldes da minha insônia,
sinto uma necessidade de posse,
incorporada a fantasia que permeia volição,
hipnotizando meu olhar delira voraz.
Vejo-te, pirata navegando em mares bravios,
timoneira de uma sensualidade explícita.
Vêm!
Sem o medo das tempestades faiscantes,
quero rasgar tuas roupas e jogá-las ao mar,
num gesto de extrema e ardente sensualidade.
Quero-te nua sob a luz do lânguido luar,
ouvindo o vento sussurrar cantigas de fogo
e amor.
Dança a dança de uma pirata erotizada,
joga fora o disfarce do olho,
deixa fluir todos os delírios,
pervertidamente louca,
delirante de tesão gozar os orgasmos
movendo-se sinuosa.
Navegamos na direção de não sei onde,
sem norte ou sul - me faz criança e sorri.
É tempo de voar nas asas do vento e transformar
as fantasias no real, os sonhos no eterno.
Faça um risco pulso a pulso,
ponha um beijo na minha boca,
crave a espada no chão do convés,
mostre aos Deuses um pacto de amor e sangue.
Estamos aqui sozinhos e saciados.
No olhar
os mares, o sal, cansados, corpos molhados, trocamos afagos com furor e paixão.
Só os amantes têm essa
exata dimensão do amor.
Paulo Avila
Enviado por Paulo Avila em 05/06/2008
Reeditado em 10/06/2008
Código do texto: T1021135
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