Embora ter que dizer adeus

Agora é o momento exato

Em que as despedidas se concretizam

E no mais doce da palavra adeus

Os olhos se paralizam

Mãos desatadas tornam-se amarradas

Beijos molhados mostram-se tórridos

E ao penetrar no céu das bocas

Revelam-se beijos mórbidos

Calmamente é estar sem pressa

Felizmente é estar contente

Adeus é tornar-se ausente

Por mais que se sinta

É mais do que realmente se sente

Enquanto os corações dizem sim

O corpo padece na dúvida cruel

Despedir-se ou não

Tornar o doce adeus um fel

Palavras levadas ao vento

Sentimentos transformados pelo desejo

É mais que sentimento

É o gosto permanente daquele beijo

Enfim, agora sim

Despedir-se é melhor

Os olhos se calam

Os lábios se cerram

As mãos distanciam-se umas das outras

É o adeus real e cruel

É o único e definitivo adeus

É observar constantemente o céu

Encarar as estrelas

Fazer com que o brilho destas

Seja o brilho dos sorrisos seus

No mais, adeus.

Erika Soares
Enviado por Erika Soares em 20/06/2008
Reeditado em 20/04/2015
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