Adoração a uma mulher”



Meu amor,

sinta-se abraçada por mim

com todo amor que é possível a um homem.

Sinta-me acariciar seus cabelos.

Sinta toda ternura, carinho e afeto que lhe tenho nesses afagos que lhe faço.

Olhe nos meus olhos e veja o imenso  amor que lhe dedico.

Sinta minhas mãos acariciando seu rosto. Sinta como quero lhe

agradar


e sinta meu desvelo.

Sinta como lhe toco com cuidado e mansamente,

como se você  fosse uma jóia rara ( e é).

Isso tudo é para que saiba como eu a amo.

Recoste sua cabeça em meu peito

e ouça meu coração batendo inquieto por sua causa.

Preste atenção amor, como sua presença

faz-me diferente, amoroso, terno e sensível.

Peça para que eu lhe beije as mãos.

Peça para que eu lhe beije os pés, lhe beije a boca.

Peça também que me contenha,  que não lhe faça nada mesmo

que você queira, porque ainda nada pode fazer.

Peça de mim e por mim, a sua proteção.

Dê-me essa incumbência, pois você sabe que eu lhe guardo,

que eu lhe cerco de cuidados e jamais vou deixar que algo que não

possa, aconteça.


Vou lhe respeitar como se respeita a uma santa neste momento.

É esse, o meu compromisso.

É esse o meu juramento.

Vai! Senta ali na cama, que sentar-me-ei no chão ao seu lado.

Permita-me que eu recoste minha cabeça em suas pernas,

que eu abrace sua cintura e que no seu colo eu chore de amor por sua causa.

E não se espante com minhas lágrimas e nem com meu soluçar,

pois isso é próprio de quem ama.

Eu sou homem, mas sou humano também.

Vem! Participe!

Dê-me sua mão e ande comigo nesse misterioso mundo

onde o amor nos põe, e que nos tira todo orgulho,

toda altivez, toda segurança e toda a vergonha,

que a sociedade em si, nos coloca.

O amor que você me pôs, mulher,

deixa-me completamente nu,

indefeso de mim a você,

e de todos.

E faz-me impedir que eu lhe minta sobre o que quer seja.

Em teu colo vou lhe confessar aos prantos,

o meu passado, presente e futuro.

Quero abrir as portas da alma e de dentro tirar

tudo que a vida me pôs, que ainda desconheço e nem sei o que é.

Quero lhe confessar tudo amor da minha vida, como um dia eu vou me confessar

a meu Pai do Céu, depois de morto estar.

Não há diferença alguma entre as confissões porque na tua presença,

eu me chego a DEUS.

Não é possível, não pode ser, não pode ter, não existe no mundo dos mortais,

nem no mundo dos imortais, espíritos, anjos ou divindades,

alguém que ame outro alguém, como eu te amo.

Não há mesmo, creia-me!

É você que me faz assim,

porque é a mulher da minha vida,

o meu princípio, o meu meio e o meu fim.

Amar você faz-me ir a outra dimensão, na qual não me reconheço

como culto, sabido, letrado, arguto ou sagaz.

Com você meu anjo, sou o mais humilde e despojado dos homens,


porque o que tenho em mim é o verdadeiro amor.

É aquele que Deus estendeu a mão, mostrou ao Homem e disse,

"Eis aqui, o que é o amor".

E isso está na Bíblia, no Torá, no Alcorão e em todos os Livros Sagrados

de todos os povos, de todas as línguas, de todas as nações.

É o amor que emana da Luz de todo conhecimento.

É o que existe e é comum ao céu e a terra, tomados em si,

como habitação dos seres etéreos, e nós,

os humanos.

É onde a bondade e a verdade começam a ser construídas.

E é por isso que em estando eu aos seus pés, sou menino de alma branca e pura.

É a força desse amor que me destrava a lingua, solta a minha fala,

e dá melodiosidade à minha voz.

Ela tira minha inibição, me encanta e me empolga a  falar

e a lhe mostrar nesse meu universo oculto, o que eu sou, o que eu

tenho


e o que me veio de herança congênita,

transcrito em meu DNA,

presente dos meus antepassados.

Todo meu eu será seu. Vou lhe dar e você vai receber.

Estarei em transe abraçado às suas pernas com a cabeça em seu colo.

E à semelhança de um estado febril ou hipnótico, em ofertório vou derramar

para seu conhecimento, tudo o que seu amor escreveu a fogo e para

sempre na minha alma,


no meu espírito e no meu inconsciente.

É isso, mulher da minha vida, que vou fazer, quando lhe encontrar

à primeira vez


Você vai ouvir a primeira confissão de um mortal como se fosse pra Deus,

porque é esta minha relação com você;

é semelhante,

é igual.

Eu sou mortal...

E você,

não é...

 

Athos  de Alexandria   23-06-08