REDEMOINHO

Giro, rodopio

circundo

sinuosa, insinuante

sensual

ao som de atabaques

e surdos

neste insano dançar

casual!

Toco-lhe os olhos

co'as palmas

roço meu ventre

no teu

perfumo teu ar

com meu hálito

acendo teu fogo

no meu!

Na dança profana

insinuo

mostro e escondo

provoco

abro-te os dentes

e garras

pro embate final

te convoco:

Tira tua dama

pra dança

enlaça, encoxa

encaixa

num rodopio entorna

o vinho que resta

na taça!

Sorve num trago

sacia

desliza no ventre

teu mundo

invade as fendas

vadias

prepara a taça:

mergulha...

entranha...

profundo.

Perde-se

no redemoinho

afoga-te

neste vinho

afunda...

emerge...

sorve o ar que te resta

submerge...

volta ao fundo...

não cansa-te

mergulhar!

Até quedarem os corpos

o vinho se derramar

o som do surdo

calar-se

e o mundo

voltar a girar!

Monica San
Enviado por Monica San em 05/07/2008
Código do texto: T1065325
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.