Inesgotável
De repente me vejo perdido
Meio a muitas sensações do inesperado:
Frisson
Loucura
Surrealismo e divagação
Procuro entender... percebo ser ininteligível.
Ao passo em que a razão faz-se distante embora tão perto
Entendo que o " tudo" que acontece me é certo
Para poder uma vida feliz viver.
Só isso por enquanto me basta
E dessa incerteza
Tua presença me afasta
Pois inclui-me num mundo colorido
Cores transcendentes ao Arco Íris
Até mesmo uma pintura neoclássica
Cores oriundas de ti
Da sua alma
Dos seus olhos
Cores infinitas dum espectro: vida
Que jamais cinzas tornar-se-ão
É um todo que me faz completo
Suor, sangue, carne, pele e movimento
Que me instiga a devorá-la como um louco alucinado
Degustando inclusive a alma
Que me é o prato principal
Alimentar-me de ti, hoje fundamental
Pois tu és como o ar que eu respiro
Como um sopro vital que me invade as narinas
Me enche o corpo de oxigênio
És meu sopro de vida
Meu Verbo Divino
Pois já és a minha própria vida
E eu quero ser a sua também
Trocar contigo experiências loucas por si
Tocá-la
Senti-la
Invadir-lhe o corpo
Ir até tua intimidade maior
E atingir o espírito
E sugá-lo a seiva
E gozar com a alma
E sublimar a existência
Pois tudo que sinto é:
Infinito por excelência
Indecente na essência
Intransigente à inteligência
Incompatível com ciência
E inerente a demência
É:
Improvável
Inexplicável
Impessoal
É oração sem sujeito
Verbo intransitivo
É substantivamente Amor
Para sempre amor
E mesmo que o para sempre sempre acabe
Que tenha sido e seja sempre
Inesgotável
Infinito
O mais bonito
Dentro da dimensão do nosso nós...